Quando a moda cabe no bolso
Desde muito pequenininha, aprendi a garimpar coisas legais com a minha mãe. Ainda lembro de entrar em dezenas de lojas à procura de peças que realmente valessem a pena, sempre muito atenta, vasculhando aqui e ali. O preço, obviamente, sempre importou bastante, uma vez que nunca tive uma condição que me permitisse ostentar uma vida de grandes investimentos e consumo frenético. A pechincha está no meu sangue, assim como o chocolate está no meu cardápio: fomos feitos um para o outro.
Tem sido assim há pelo menos 20 anos. Sempre que encontro uma coisa legal, e principalmente, baratinha, quase morro de felicidade. É por isso que adoro brechós e lojas de roupas com preços bacanas. Sou daquelas que prefere mil vezes ter cinco regatinhas básicas na gaveta do que uma única blusa de R$ 300 reais.
Talvez seja esse o motivo que me levou a achar que nunca fui boa o bastante para me interessar por moda. Porque, vamos combinar? Essa moda que a gente vê nos desfiles, de encher os olhos e provocar tremedeira, raríssimas vezes foi feita para caber no bolso de reles mortais assalariados como nós - gente que pega ônibus lotado pra entrar no serviço às sete, se é que entendem o que quero dizer.
Porém, de uns tempos para cá, eu tenho me sentido mais confiante e menos avessa, por sentir, de coração, que as coisas estão mudando. E às vezes, até chego a me perguntar: é impressão minha, ou está mesmo na moda se vestir bem com pouco dinheiro?
Eu já indiquei aqui dois blogs que eu amo e que me fizeram entender que moda nada tem a ver com o quanto a gente pode gastar: o Small Fashion Diary e o Um ano sem Zara. E agora, com a abertura da Forever 21 em São Paulo, estou começando a me convencer de que sim, estamos prontos para uma moda com preço mais justo.
Agora é quase "out" sair por aí gastando horrores em um único vestido. O barato do momento é comprar um monte de peças bacanas por um valor que não comprometa o nosso cartão de crédito por toda a eternidade. Afinal de contas, o que determina, de verdade, se podemos compor um look bacana ou não, não é o quanto podemos gastar, mas a nossa coerência, nossa criatividade e a relação que a gente tem com o próprio corpo.
Pretendo ir à F21 em breve, para conferir, de pertinho, tudo o que foi falado na mídia e nos blogs. Mas já estou contente - muito contente - com essa mudança toda. Afinal, ninguém merece ter que usar o cheque-especial para vestir o que tem vontade. Somos todas merecedoras de uma moda bonita e que caiba no bolso.
Vocês não concordam?
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